sexta-feira, abril 18, 2008

Musa Ausente

Falta a luz dos teus olhos na paisagem:
O oiro dos restolhos não fulgura.
Os caminhos tropeçam, à procura
Da recta claridade dos teus passos.
Os horizontes, baços,
Muram a tua ausência.
Sem transparência,
O mesmo rio que te reflectiu
Afoga, agora, o teu perfil perdido.
Por te não ver, a vida anoiteceu

À hora em que teria amanhecido.

Miguel Torga

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.
Só nas minhas mãos
ouço a música das tuas.

Eugénio de Andrade, "Coração do Dia"

10:51 da tarde  

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