quarta-feira, março 05, 2008

Preconceito

No séc. XXI ainda se respira o preconceito moral e social de que duas pessoas do mesmo sexo se possam amar. A atmosfera que nos envolve não está apenas poluída por gases e fumos tóxicos. Tal como os pulmões, também o cérebro colectivo desta sociedade continua a absorver para cada célula uma toxicidade relativamente insidiosa mas gravemente patológica. O preconceito sexual é um tóxico para a mente. É uma droga social que escraviza a condição humana limitando-a quanto a uma vivência plena e livre da ligação mais bela existente entre dois seres humanos – o amor.
Preconceito ignóbil, tantas vezes falsamente defendido em nome da lei de Deus, apenas na lei do homem ele nasce e sobrevive, numa simbiose que esta sociedade hipócrita continua a alimentar. A lei de Deus é a lei do amor incondicional. E o amor não é passível de fragmentação racional. Ele é o próprio mistério criado e recriado, em toda a história da humanidade, por uma força suprema e transcendente ao ser humano; rege-se pelos fundamentos únicos da sua própria lei e não por aquela criada pela sociedade humana, tantas vezes desumana.
- Condeno o teu amor! – leio-o em frases destacadas ou apenas nas entrelinhas; ouço-o em vozes graves ou agudas, irónicas ou cruéis; vejo-o em olhos de desprezo, arrogância ou pretensa superioridade humana.
Mas não se deixará de amar. O amor puro é intenso. Vivemo-lo e aprendemos a lutar sempre por ele.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

É verdade: o amor não é passível de fragmentação racional. Ama-se...porque se ama! E nesta redundância está todo o mistério de um sentimento que não se explica, que não se alicerça em fundamentos racionais...
O amor, surgindo de forma espontânea e incondicional, furta-se a todas as regras de racionalização. E escapa a todas as tentativas de domínio humano.
É diferente o amor entre duas pessoas do mesmo sexo? Claro que não! Pode ser tão puro e intenso como o amor entre duas pessoas de sexo diferente. Apenas diverge na forma de expressão sexual...
Que é uma questão da intimidade do próprio casal, e que, como tal, só a ele deveria dizer respeito.
Infelizmente, o preconceito de que falas ainda existe,ainda insiste em rotular sentimentos, em condenar os que não se enquadrem nos padrões que muitos hipocriticamente continuam a defender como os únicos aceitáveis ou "normais". E o mais triste de tudo isto é que muitos o fazem não por convicção, mas em nome de valores morais cuja bondade nem sequer discutem, ou tão somente pelo facto de "parecer mal" aceitar o contrário.
Quanto à condenação da Igreja: como estranhá-la? Tantas aberrações têm sido cometidas em nome de Deus, tantos dogmas (que a realidade já tornou caricatos...) continua a Igreja teimosamente a defender...
O amor é sempre puro. Mesmo quando o preconceito ainda teima em sujá-lo.

2:16 da manhã  

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