sábado, setembro 30, 2006

Existo

Quem não conhece a famosa afirmação de Descartes: "Penso, logo existo" ("Cogitum ergo sum")?
Mas talvez poucos saibam que, muitos séculos antes do filósofo francês, já Santo Agostinho afirmara:
" Sou enganado, logo existo" ("Fallor ergo sum").
Não concordo com nenhuma delas.
Talvez com esta: Existo, logo penso, e às vezes engano-me!

Esta frase não se aplica, obviamente, a certos estados fisiopatológicos
em que há disfunção cerebral, mas com preservação das funções vitais,
como é o exemplo do estado vegetativo.

9 Comments:

Blogger Anonyma said...

Desconfio.
"Existo, logo penso...".
Pensar não me parece ser uma consequência lógica da existência para parte da humanidade.
Mas talvez não existam, é certo.
Gostava de ter o teu optimismo..."às vezes engano-me".
Acho que me engano muitas vezes e que volto atrás outras tantas para me voltar a enganar...

10:07 da tarde  
Blogger Unknown said...

Mas estas muito pensadora...
Olha os animais pensam? as plantas ? E existem...quanto a segunda enganamos e somos enganados...

Gostei muito mais da tua frase..acho que deverias registar paar um disse comentar e a Mind disse rsss
um abraço
brisa de palavras

11:19 da tarde  
Blogger My Mind said...

anonyma: A frase tem alguns "pontos fracos", é verdade.
No geral, e aplicada ao Homo sapiens, a ideia tente expressar o facto de que o verdadeiro substrato do pensamento é a existência e não o contrário, como pressupõe a afirmação de Descartes, quando literalmente considerada.
Para Pensar a Humanidade tem que Existir e não o contrário.
Depois o que pode haver ou não é concordância/convergência dos teus pensamentos com os demais...
Sobre o meu optimismo: ajuda-me a mim própria e, de certo modo, àqueles que privam comigo diariamente.
Com o passar dos anos, cada vez me engano menos: a isso se chama experiência de vida.
Hoje continuo a ter muitos sonhos, mas poucas ilusões (a maioria são mesmo de óptica). Há uma grande diferença entre estas palavras! :)

10:14 da manhã  
Blogger My Mind said...

brisa: a minha frase cingia-se ao Homo sapiens. Mas não fiz essa importante ressalva...por isso tens razão.
Então, "enganamos e somos enganados"? O Santo Agostinho lá sabia! rss
Aida bem que gostaste da minha frase...rsss, não te esqueças de citares a Mind aos teus alunos! Pensa nas futuras gerações, que vão andar perdidinhas de todo, sem as minhas frases..rss
Ai, valha-nos Sto Agostinho!

10:23 da manhã  
Blogger Unknown said...

Os pressupostos existir, pensar, enganar-se e ser enganado são comuns ao ser humano, sem dúvida...
Quanto à sua sequência: por mais voltas que dê ao pensamento, não consigo estabelecê-la, pelo menos com carácter definitivo e irredutível. Aliás, qualquer tipo de compartimentação pode apresentar-se como falível e redutor: tanto assim é que, quer a tese de Descartes, quer o pensamento de Santo Agostinho, exigem hoje uma contextualização mais ampla.
Acerca de mim, a única certeza que posso transmitir, e sem quem qualquer ordenação lógica, é que existo, penso, engano-me e, por vezes, sou enganada.

12:07 da tarde  
Blogger Anonyma said...

Reparei na addenda...;)
Experiência de vida...
"Só sei que nada sei" (HWS)

3:38 da tarde  
Blogger Bandida said...

E que tal meditar? Deixar sair tudo o que é pensamento e ficarmos assim durante uns minutos?...

10:02 da manhã  
Blogger My Mind said...

j.: Por vezes, deslizo para o campo filosófico, quase como a criança que desliza no "escorrega", quando brinca no recreio da escola. :)
E tenho a certeza que os teus conhecimentos de filosofia são muito superiores aos meus.:)

5:53 da tarde  
Blogger My Mind said...

bandida: meditar parece-me uma boa ideia! Mas há técnicas para isso, não é assim (hoje em dia há técnicas para tudo :))? "Deixar sair tudo o que é pensamento" Acho que, para começar, vou tentar segundos!

6:02 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home